Embora tenha surgido como uma disciplina concreta no século XVI, a origem da Diplomática está ligada à questão da falsificação e das dúvidas sobre a autenticidade de documentos medievais. Tudo começou quando jesuítas franceses, em 1643, liderados por Jean Bolland, resolveram publicar uma gigantesca história dos santos, a Acta Santorum, na qual se queria avaliar criteriosamente a vida dos santos, procurando separar a realidade das lendas. Essa tendência enquadrava-se nos planos revisionistas de ordem teológica, suscitados pela Reforma e pela Contra-Reforma.
O Concílio de Trento, ordenando a vida da Igreja, à margem das heresias, propiciou o rejuvenescimento das atividades literárias e artísticas e bem assim da historiografia, animada, então, de espírito crítico, ao colher dos documentos os fatos ocorridos, na substituição das lendas, mesmo que estivessem presentes ainda, as convicções de ordem pessoal na análise documental. (VALENTE,1978)
Na introdução àquela obra, escrita em 1645, um dos jesuítas especialistas no trato documental, Daniel Van Papenbroeck, declarou ser falso um diploma assinado pelo rei Dagoberto I, o que invalidava vários diplomas medievais e que tinham sido preservados e tratados como completamente autênticos pelos beneditinos da Abadia de Saint Denis. Estabeleceu o jesuíta sua “crítica documental”, na qual os documentos seriam tanto menos dignos de fé quanto mais antigos fossem, e pôs em dúvida algumas peças da época merovíngia existentes nos arquivos da Ordem de São Bento.
Os beneditinos, que se julgavam especialistas nessas questões, já que, tradicionalmente, dedicavam-se aos trabalhos de ORIGEM DA DIPLOMÁTICA busca e reprodução de documentos e que já tinham realizado inúmeros estudos de heurística e crítica de textos, não se conformaram. Ficaram indignados com a desconfiança do jesuíta e partiram para o que se denominou Guerra Diplomática. Um beneditino, Jean de Mabillon, que era dessa abadia e que se encontrava na de Saint-Germain-des-Près justamente para publicar a vida dos santos da sua Ordem, resolveu, seis anos mais tarde, em 1681, responder àquela desconfiança, por meio de uma obra em 6 partes intitulada De re diplomatica libri Sex, na qual estabelecia as regras fundamentais da crítica textual. Pesquisando em muitos arquivos eclesiásticos franceses, alemães e italianos, com seu trabalho metódico e objetivo, conseguiu, com essa obra, criar muitos
dos procedimentos acerca da autenticidade, análise e compreensão dos atos escritos que, aperfeiçoados, foram sendo adotados através dos tempos (DURANTI, 1995; TESSIER, 1952; VALENTE, 1978).
Nascida assim, muito imbricada à Paleografia e ao Direito Eclesiástico, a Diplomática tem evoluído em direção ao Direito, à Heurística e à Arquivística, modificando para tanto seus instrumentos e apresentando maior ampliação de objeto e campo de ação do que em sua origem.
O Concílio de Trento, ordenando a vida da Igreja, à margem das heresias, propiciou o rejuvenescimento das atividades literárias e artísticas e bem assim da historiografia, animada, então, de espírito crítico, ao colher dos documentos os fatos ocorridos, na substituição das lendas, mesmo que estivessem presentes ainda, as convicções de ordem pessoal na análise documental. (VALENTE,1978)
Na introdução àquela obra, escrita em 1645, um dos jesuítas especialistas no trato documental, Daniel Van Papenbroeck, declarou ser falso um diploma assinado pelo rei Dagoberto I, o que invalidava vários diplomas medievais e que tinham sido preservados e tratados como completamente autênticos pelos beneditinos da Abadia de Saint Denis. Estabeleceu o jesuíta sua “crítica documental”, na qual os documentos seriam tanto menos dignos de fé quanto mais antigos fossem, e pôs em dúvida algumas peças da época merovíngia existentes nos arquivos da Ordem de São Bento.
Os beneditinos, que se julgavam especialistas nessas questões, já que, tradicionalmente, dedicavam-se aos trabalhos de ORIGEM DA DIPLOMÁTICA busca e reprodução de documentos e que já tinham realizado inúmeros estudos de heurística e crítica de textos, não se conformaram. Ficaram indignados com a desconfiança do jesuíta e partiram para o que se denominou Guerra Diplomática. Um beneditino, Jean de Mabillon, que era dessa abadia e que se encontrava na de Saint-Germain-des-Près justamente para publicar a vida dos santos da sua Ordem, resolveu, seis anos mais tarde, em 1681, responder àquela desconfiança, por meio de uma obra em 6 partes intitulada De re diplomatica libri Sex, na qual estabelecia as regras fundamentais da crítica textual. Pesquisando em muitos arquivos eclesiásticos franceses, alemães e italianos, com seu trabalho metódico e objetivo, conseguiu, com essa obra, criar muitos
dos procedimentos acerca da autenticidade, análise e compreensão dos atos escritos que, aperfeiçoados, foram sendo adotados através dos tempos (DURANTI, 1995; TESSIER, 1952; VALENTE, 1978).
Nascida assim, muito imbricada à Paleografia e ao Direito Eclesiástico, a Diplomática tem evoluído em direção ao Direito, à Heurística e à Arquivística, modificando para tanto seus instrumentos e apresentando maior ampliação de objeto e campo de ação do que em sua origem.
Fonte: COMO FAZER 8 - COMO FAZER ANÁLISE DIPLOMÁTICA E ANÁLISE TIPOLÓGICA DE DOCUMENTO DE ARQUIVO 15-16.